Anistia abalada: relator admite “clima tenso” e posterga projeto que reduziria penas dos golpistas

Anistia abalada: relator admite “clima tenso” e posterga projeto que reduziria penas dos golpistas

O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto da dosimetria, recuou e adiou a apresentação de uma proposta que tenta agradar o ex-presidente Bolsonaro e ser aceita pelos aliados do Governo Lula. Ele avalia como “muito arriscado” levar a proposta ao plenário sem o apoio simultâneo do PL e do PT.

O texto busca reduzir as penas dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, substituindo a ideia original de anistia ampla e irrestrita, que beneficiaria diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Paulinho, a intenção é construir um consenso entre as principais forças políticas, mas a tarefa tem se mostrado cada vez mais difícil. De um lado, aliados de Bolsonaro rejeitam a dosimetria e pressionam pela volta da anistia. Do outro, a base do Governo Lula resiste em apoiar qualquer medida que reduza as punições aos golpistas.

TEMPERATURA ELEVADA

O parlamentar costurou um acordo inicial entre líderes partidários, mas reconhece que a temperatura política subiu após os protestos do último domingo, quando milhares de manifestantes foram às ruas contra a PEC da Blindagem e a anistia.

O cenário ficou ainda mais tenso com as novas sanções internacionais impostas contra familiares do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Diante desse ambiente de polarização, Paulinho admitiu que a votação do projeto deve ser adiada para a próxima semana. “É muito arriscado votar só com os partidos do centro. Sempre tem defecções”, afirmou.

Enquanto isso, o grupo bolsonarista retoma a pressão para que o Congresso analise a proposta original de anistia geral, aprofundando a divisão sobre o futuro dos condenados pelos atos golpistas.

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