Soldado que matou companheira também policial é afastado da corporação, no Ceará
Soldado que matou companheira também policial é afastado da corporação, no Ceará
O soldado Joaquim Gomes de Melo Filho vai ficar 120 dias afastado da Polícia Militar. Ele é investigado pelo crime de feminícidio após ser preso suspeito de matar a companheira, a também soldado Larissa Gomes. O caso aconteceu no Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza-CE, no dia 03 de dezembro 2025. A decisão é do dia 09 de dezembro 2025, mas foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira dia 16 de dezembro 2025, data em que começa a valer o afastamento.
"[...]posto que os fatos que lhes são imputados, em tese, revestem-se de acentuado grau de reprovabilidade, sendo incompatíveis com a função pública, além de ser necessário à garantia da ordem pública e à correta aplicação da sanção disciplinar", disse Vicente Alfeu Teixeira Mendes, controlador-geral de disciplina dos órgãos de segurança pública e sistema penitenciário do Ceará.
Dois dias depois da discussão, Joaquim teve a prisão convertida de flagrante para preventiva após audiência de custódia. Em nota, o Tribunal de Justiça informou que a audiência de custódia foi realizada pelo 7º Núcleo Regional de Custódia e das Garantias, com sede em Maracanaú. Na ocasião, também foi determinado segredo de justiça para a tramitação do processo, conforme o TJCE.
Joaquim também foi atingido por um disparo durante a discussão. O tiro teria partido da arma de Larissa.
Conforme a Polícia Militar, Joaquim foi apresentado, após receber alta, à Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar e Disciplina, onde foi autuado por dois crimes.
"A autuação ocorreu pelos crimes de feminicídio, combinado com crime militar, tendo em vista que a conduta foi praticada por militar da ativa contra outra militar da ativa. Após os procedimentos cabíveis, ele foi transferido para o Presídio Militar, no qual permanece recolhido e à disposição da Justiça", disse a corporação.
Histórico de agressões:

Larissa e Joaquim se conheceram durante o curso de formação da PM. Eles estavam juntos há quatro anos. O relacionamento do casal de policiais era marcado por agressões do militar contra a companheira, segundo familiares e amigos.
A jovem deixou três filhos pequenos, de um relacionamento anterior. Ela era descrita pelos colegas de farda e familiares como uma pessoa "sonhadora, dedicada e assídua".
Conforme Fabíola Paiva, mãe de Larissa, desde o início do relacionamento Joaquim agredia a companheira.
"Ele já deu tiro na garrafa dela, por ela está conversando com um colega de trabalho. De lá para cá, foi só isso. Foi tiro no sofá, já rasgou o colchão dela todinho de faca, tem tiro no chão da casa dela, a porta do apartamento tá toda quebrada, até o dente dela ele já quebrou", afirmou a mãe da vítima.
Em uma das agressões, Larissa foi atingida com coronhadas na cabeça. Após o episódio, ela fez fotos dos ferimentos e mandou áudios para uma amiga relatando o ocorrido.
Além de agredir Larissa, Joaquim a impedia de ter contato com amigos e com os filhos dela, de um relacionamento anterior, que moram com a mãe da agente.
"Ele sempre foi agressivo. Afastou ela dos amigos, dos filhos dela. Ela só andava na minha mãe e na minha casa para ver os filhos dela quando não estava com ele, porque quando ela estava com ele, ele não deixava ela vim. Foram quatro anos de muito sofrimento que a minha filha passou na mão dele", disse Fabíola.
A mãe da policial também relatou que quando tomou conhecimento das agressões tentou denunciar o genro, mas foi ameaçada por ele.
"Da última vez, que foi dessas coronhadas, eu disse que iria denunciar. Aí ele foi lá, bateu a foto do meu apartamento e disse que se eu denunciasse ele sabia onde eu morava", relatou a mãe de Larissa.
Versão do agente sobre morte da companheira

Joaquim relatou para a polícia que ele e Larissa trocaram tiros e balearam uma ao outro durante uma discussão na tarde desta quarta-feira dia 03 de dezembro 2025, na cidade do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza-CE.
Larissa foi baleada no abdômen e no tórax. Já Joaquim levou um tiro na perna. O casal foi socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Eusébio, onde foi constatada a morte da policial.
Segundo a Polícia Militar, as armas usadas pelo casal de soldados pertencem à corporação e foram apreendidas no local do crime.
"As duas armas da corporação, apreendidas na cena do fato, assim como demais informações colhidas na ocorrência, serão apresentadas à Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar e Disciplina", disse a Polícia Militar.
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